Mistura de Cesar Sampaio com Galeano e possibilidade de atuar ao lado
de Cuéllar, não apenas disputar posição com o colombiano. Se o torcedor
do Flamengo segue curioso sobre Robert Piris da Motta, a definição de
Francisco Arce ajuda a criar boas expectativas ao mais recente reforço.
Foi o ex-lateral de Grêmio e Palmeiras o responsável por identificar o
talento precoce no ainda menino de 15 anos, nascido em Ciudad del Este.
Foi com esta idade que Piris estreou entre os profissionais do modesto
Rubio Ñu, em 2010, juntamente com Derlis González, recém-contratado pelo
Santos. A força física e, principalmente, a personalidade do ainda
adolescente chamaram a atenção de Arce, seu comandante também no Olimpia
e na seleção paraguaia.
- Já mostrava muita qualidade e liderança, apesar da pouca idade. Cresceu muito rápido. É um cão de guarda, corre o tempo todo, tem um bom primeiro passe e é um garoto excepcional.
- Comparar é difícil, mas diria que é uma mistura de Cesar Sampaio com
Galeano, mas com mais força e velocidade que Galeano - avaliou "Chiqui".
A autoridade com que conquistou o espaço no Rubio Ñu chamou a atenção
do gigante Olimpia, quando já era "veterano", aos 20 anos. Uma temporada
foi suficiente para alçar novos voos. Campeão paraguaio, foi convocado
para a Copa América Centenário, em 2016, e passou a ser figura constante
na seleção nacional.
Os dois últimos paraguaios que atuaram pelo Flamengo também eram cabeça de área: Gavilán (2008) e Cáceres (2012-2015)
Após imbróglio sobre diretos econômicos com o Rubio Ñu, se transferiu
para o San Lorenzo, onde soube aguardar brecha dada pelo experiente
Mercier para se tornar titular absoluto no último Campeonato Argentino.
Comprado pelo Flamengo por R$ 10 milhões, apesar da resistência inicial
do "Cuervo", chega para substituir Jonas no elenco. Mas não
necessariamente como sombra de Cuéllar.
- Poderá formar uma boa mistura com o Cuéllar, uma boa dupla - deu a dica "Chiqui" Arce.
Na passagem pela Argentina, a facilidade para ocupar espaços e cobrir
os companheiros na marcação chamou a atenção. Setorista do San Lorenzo
na radio "La Cicloneta", Agustín Sucari aponta as orientações do
experiente Coloccini como determinante no processo de amadurecimento do
paraguaio de 24 anos recém-completados (no último dia 26).
- Demorou um pouco para ganhar confiança, não acertava muito o primeiro
passe e isso lhe custou até mesmo um lugar no banco. Com o tempo,
cresceu e se consolidou como um grande cinco, fosse na entrada da área
ou entre os zagueiros. Surpreendeu muito.
- Ele se posiciona muito bem para marcar e corre muito para recuperar a bola. Se sente muito à vontade nesta zona do campo. Cobre muito bem os laterais e tem um bom primeiro passe. Acabou se tornando titular indiscutível.
E os números na última Superliga Argentina, quando o San Lorenzo
terminou em terceiro, também servem de boas credenciais. Presente em 20
jogos, 17 como titular, teve 81,3% de acerto nos passes, cometeu média
de apenas 1,3 faltas por jogo, com 2,6 desarmes e 2,4 interceptações.
Em quase uma década na precoce carreira, são 153 partidas oficiais e
quatro gols marcados. Cartas na mesa, é hora de começar um novo
capítulo. Agora, em vermelho e preto.
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